Especialista afirma que a pressão pode, inclusive, culminar em evasão do ensino superior
A escolha de uma carreira gera muitas dúvidas para os estudantes principalmente os que estão em fase de conclusão dos estudos. Nesse processo, em diversos casos, os pais têm a iniciativa de sugerir opções e incentivar o gosto por alguma área, mas, apesar do esforço e dedicação para auxiliar o estudante, é preciso ter cuidado para deixar o filho à vontade para fazer a própria escolha.
“Sempre gostei mais de humanas e sempre admirei
meu pai como profissional, pois ele fica emocionado quando alguém evolui com
seus ensinamos. Eu queria ter esse mesmo sentimento, por isso escolhi a mesma
carreira”, relata Gabriela Alcântara, aluna da terceira série do Ensino Médio
do Colégio Integrado.
A jovem faz parte dos 26% dos jovens brasileiros
que levam em conta a opinião dos pais na hora de escolher uma profissão,
segundo pesquisa recente do LinkedIn.
Mas nem sempre a influência é pacífica, e quando esses interesses estão em desacordo, segundo a psicóloga e orientadora educacional do Colégio Integrado, Paula Gonçalves, os pais ou responsáveis devem tratar a questão com a maturidade de quem já esteve um dia nessa posição. “Devem agir como alguém que acolhe, que busca compreender e orientar sobre a profissão sem se impor. Até porque, seguir a mesma carreira do pai ou da mãe não garante sucesso profissional para o filho”, afirma.
A orientadora explica que, como crianças e adolescentes sempre esperam uma postura de orientação dos pais, é fundamental que eles pesquisem as profissões de interesse do filho e conheçam mais sobre o mercado de trabalho das áreas que interessam aos jovens. Outra atitude importante é buscar o apoio de familiares e amigos em profissões diversas, para que os filhos tenham outras referências profissionais.
Legado sem pressão:
Por mais que o pai ou a mãe aprove e sinta-se confortável quando o filho escolhe a mesma área de atuação que a sua, conforme orienta Paula, é necessário entender que cada indivíduo possui um tempo particular de adaptação e habilidades próprias. “Pressionar jamais! Essa é uma atitude que não agrega nesse movimento de escolha de profissão e que, muitas vezes, culmina em evasão no ensino superior pelas pressões vivenciadas anteriormente”, aconselha.
“Por ser pai e professor da Gabriela, a minha profissão influencia muito, no entanto, ela tem senso crítico, defende seus pontos de vista e sabe o que quer”, expõe o professor de história Leopoldo Alcântara, que diz acreditar que o sucesso dos jovens têm de começar por um harmônico e respeitoso ambiente familiar, no qual os pais estejam mais próximos, ensinando valores éticos e morais.
Fonte: Contato Comunicação