Reaproveitar o material escolar é uma alternativa econômica e sustentável

Por 18/06/2014 Gerais, Notícias

As férias do meio do ano ajudam a recarregar a bateria para o segundo semestre, e podem ser úteis também para repor aquela caneta ou lápis que não funciona mais. No entanto, é importante ficar atento aos preços. De acordo com a Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor de São Paulo (Procon-SP), o custo dos itens pode variar até 450% de uma loja para outra. Pesquisar os melhores preços, fazer compras em conjunto com outros pais e reaproveitar o material do ano anterior são alternativas cada vez mais adotadas pelas famílias para fugir dos gastos excessivos. De quebra, os jovens aprendem na prática o que é consumo consciente. Na Escola Nossa Senhora das Graças, em São Paulo, a associação de pais criou em 2010 o projeto “Livro Livre – Você cuida e alguém aprende”, uma feira de doação e troca de livros usados. Com a iniciativa, as famílias economizam de R$ 350 a R$ 600 na lista de material escolar, garante Vilma Martins, idealizadora do projeto.

“A ideia nasceu quando percebi que muitos alunos esqueciam coisas na escola e não voltavam para buscar, com isso tínhamos um volume de achados e perdidos muito grande. Pensei, então, em montar um banco de livros, para o qual os alunos doariam o material no final do ano, beneficiando outros estudantes. Durante três dias organizamos uma feira de troca, e os jovens que doam e que não doam material podem participar. Além de contribuir para a economia na hora da compra do material escolar, as crianças aprendem a conservar os produtos, sabendo que vão servir para outra pessoa. É uma atitude mais sustentável também. Com isso economizamos matéria-prima e geramos menos lixo. No início foi difícil, muita gente não entregava os livros, mas conseguimos mudar essa cultura, e atualmente temos um índice de 60%”, comemora Vilma.

Para Helio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu, organização não-governamental que trabalha pela mobilização da sociedade para o consumo consciente, o Brasil ainda tem uma cultura do desperdício, mas isso, felizmente, está mudando. “O material escolar é um dos principais itens de consumo das crianças e ficou estabelecido que os produtos devem ser novos. Na verdade, o que importa é o aluno ter material para colorir, seja ele novo ou usado, o mesmo valendo para os livros. Já temos notícias de escolas e pais que se mobilizam em prol da cultura do compartilhamento e da troca, e é importante que isso seja discutido com as crianças, para que elas aprendem a ter um consumo consciente para a vida”, explica o diretor-presidente do instituto, que há 12 anos desenvolve conteúdo e metodologias para incentivar iniciativas sustentáveis.

Confira a seguir dicas de economia e reaproveitamento de material escolar:

– O Programa de Orientação e Proteção ao Consumidor do Estado do Rio de Janeiro (Procon-RJ) alerta que a lista deve conter apenas o material individual que o aluno vai utilizar durante o ano. Itens de higiene pessoal e relativos à infraestrutura não podem ser exigidos, uma vez que esses já estão incluídos no valor das mensalidades. Em caso de papel, só pode ser pedida uma resma por aluno, quantidades acima disso são consideradas abusivas;
– As escolas não podem exigir que os pais comprem o material no próprio estabelecimento. Elas têm obrigação de fornecer a lista de produtos para que as famílias decidam onde adquiri-los;
– O ideal é comparar os preços dos produtos em várias lojas. Comprando em grande volume, junto com outros pais, por exemplo, é possível conseguir bons descontos;
– Encapar os cadernos e livros ajuda a conservar os produtos por mais tempo;
– Atualmente, existem produtos que podem ser reutilizados com a troca de refil. Além da economia na compra, já que eles costumam custar mais barato, há também economia de matéria-prima;
– A borracha usada ganha um novo aspecto se for limpa com álcool;
– Adesivos podem esconder marcas de uso em lápis e réguas descascadas, o mesmo valendo para os cadernos, que podem ser personalizados e renovados;
– É possível arrancar as folhas não utilizadas dos cadernos, juntando tudo em uma nova encadernação, utilizando uma espiral;
– Apontadores e tesouras podem ser reutilizados se ainda têm corte. (Globo Educação)

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