Número de matrículas de imigrantes e refugiados aumentou 112% entre 2008 e 2016, de acordo com levantamento do Instituto Unibanco com base em dados do Censo Escolar
O número de estudantes de outras nacionalidades nas escolas brasileiras mais que dobrou entre 2008 e 2016. De acordo com levantamento realizado pelo Instituto Unibanco com base em dados do Censo Escolar, o número de matrículas de imigrantes ou refugiados saltou de 34 mil para quase 73 mil no período de oito anos.
A maior parte desses alunos, segundo o levantamento, está concentrada na rede pública, que registra 64% do total de matrículas. O estado que mais recebe estudantes de outras nacionalidades é São Paulo (34,5%), seguido por Paraná (10,7%) e Minas Gerais (10,6%).
Com relação ao continente de origem, mais de 40% dos estrangeiros vêm de países da América Latina ou Caribe. Em seguida, os locais de origem mais comuns são Europa, Ásia e América do Norte.
O aumento do número de alunos de outras nacionalidades traz às instituições de ensino a necessidade de pensar em formas de incluí-los efetivamente, motivando a criação de novos projetos.
Na Escola Municipal Infante Dom Henrique, de São Paulo (SP), por exemplo, essa preocupação surgiu a partir da constatação de que 20% dos alunos matriculados na instituição são estrangeiros ou descendentes de estrangeiros.
Para melhor acolher esses alunos, a instituição criou o projeto ‘Escola Apropriada’. Um dos braços da iniciativa é o oferecimento de aulas de português e cultura brasileira para imigrantes e refugiados.
“Também fazemos um grupo de trabalho com os alunos a cada 15 dias, com oficinas sobre empatia, reconhecimento do outro, trabalhamos questão dos direitos humanos e fazemos passeios”, conta Cláudio Neto, diretor da escola. (Revista Escola)