O Sindicato dos
Estabelecimentos Particulares de Ensino de Goiânia (Sepe) sabe que cada etapa
da vivência do aluno na escola é importante. O aprendizado, a interação com os
professores e colegas, a recreação e também a alimentação.
O momento do lanche é muito importante, porque aquilo que o aluno se alimenta interfere também na saúde dele. العب و اربح Por isso, o Sepe conversou com a nutricionista Erika Amaral Brito sobre lanche saudável nas escolas para trazer orientações tanto para os diretores, coordenadores, professores como para os pais dos alunos e toda a comunidade.
Graduada em nutrição pela
Universidade Federal de Goiás (UFG), com residência em nutrição clínica pela Universidade
de São Paulo (USP), unidade de Ribeirão Preto, a profissional atua tanto na
área clínica como no setor de nutrição de uma escola particular localizada em
Anápolis.
Confira
a entrevista:
SEPE:
– Qual deve ser a principal preocupação com a alimentação das crianças?
NUTRICIONISTA: – Atualmente,
os pais enfrentam uma rotina de muito trabalho fora de casa e enquanto isso
existe muito alimento industrializado fácil de se adquirir. É fácil encontrar
um bolo, um biscoito e outros produtos nas prateleiras dos supermercados. Hoje,
alimentos preparados em casa raramente são oferecidos aos alunos. É raro a
gente presenciar crianças que levem frutas como opção de lanche.
A principal preocupação que
se deve ter com a alimentação das crianças é em oferecer o alimento quanto mais
natural melhor. Não aquele alimento que a gente compra na prateleira e sim
aqueles que a gente adquire no sacolão, as frutas e verduras.
Oferecer lanches caseiros,
biscoitos caseiros, bolos caseiros. Bolos podem ser opção, mas não os recheados,
nada com açúcar em excesso e sim os lanches simples, um bolo simples, um
biscoito simples. Afinal, os alunos precisam de carboidratos, porque
eles estão trabalhando com a mente e o cérebro utiliza muito o carboidrato.
SEPE
–
Crianças costumam gostar de guloseimas e
salgadinhos. É possível equilibrar uma alimentação mais saudável com esses
alimentos?
NUTRICIONISTA –
Não! Guloseimas, produtos de pacotinhos, do tipo salgadinhos, batata frita e
inclusive a pipoca de micro-ondas, todos esses
alimentos são ricos em gorduras trans, que é mais prejudicial para saúde do que
a gordura saturada. Quanto mais tirar esses alimentos da alimentação da
criança melhor para a saúde dela e no futuro teremos menos adultos com problemas
de colesterol, menos riscos de infarto na fase adulta.
SEPE
– Como evitar o sobrepeso ou obesidade de crianças e adolescentes?
NUTRICIONISTA – Como
foi citado anteriormente, evitar salgadinhos, industrializados e incentivar uma
alimentação mais saudável. Apresentar e
insistir, insistir, desde cedo na alimentação para a criança com frutas e
verduras e dando o exemplo. Não adianta cobrar da criança sem oferecer um
exemplo. O exemplo dos pais é a maior lição. طريقة الدفع ابل باي Muitas vezes, a criança vê na
escola o que é a alimentação saudável, mas, se ela não tiver também esse
incentivo em casa, ela não vai se importar com a alimentação.
SEPE
– Quais são as opções mais recomendadas para lanches nas escolas?
Nutricionista
– Na escola onde atuo,
nós oferecemos pão de queijo, biscoito de queijo, fazemos um pãozinho tipo
bisnaguinha, mas ele é feito na escola mesmo. Uma vez no mês o cardápio tem
pizza, até para mostrar para a criança que de vez em quando ela pode comer esse
tipo de alimento sim. Servimos petas, vitamina, vários tipos de bolos, de
laranja, de milho, até de chocolate (todos feitos na escola). Nós também
oferecemos salada de frutas, pão com quejio
e leite com achocolatado. Não usamos nada industrializado, nada de
caixinha. O suco é sempre feito da fruta mesmo. btfnl
Os pais podem oferecer, de
vez em quando, não todos os dias, para a criança um iogurte. Para o lanche em
casa o ideal é uma coalhada preparada de forma natural, mas, para levar para a
escola, o mais recomendado é o iogurte industrializado mesmo por causa dos conservantes,
já que esse alimento é mais perecível.
SEPE
– A alimentação em cada fase (na infância e na adolescência) deve ser
diferente?
NUTRICIONISTA –
Sim. Eu não posso oferecer para uma criança que está na alfabetização o mesmo
lanche que será oferecido para o aluno que está na pré-adolescência. No
infantil, é sempre priorizado o alimento feito na escola ou em casa e são
oferecidos mais alimentos como vitaminas, petas, biscoitos e bolos.
E ainda há a diferença na
porção oferecida para cada faixa etária. A partir do 6º ano, a porção oferecida
passa a ser maior, porque nessa fase a diferença de tamanho e a necessidade
energética passam a ser maior.
SEPE
– Existe alguma lei que regulamenta a comercialização de alimentos nas escolas,
nas lanchonetes?
NUTRICIONISTA – A
legislação brasileira prevê que é proibida a venda de guloseimas (chocolates,
balas, alimentos industrializados), para se evitar a obesidade. É proibido
inclusive o comércio desses produtos nas proximidades das escolas. Já para a
legislação nas escolas públicas, é totalmente diferente a legislação e as
escolas particulares não seguem o mesmo padrão.
Complemento
da nutricionista: Nas festas, nos eventos na escola, alguns alimentos que são
evitados no dia-a-dia acabam sendo oferecidos, para lembrar para as crianças
que uma vez, em uma ocasião, o alimento é permitido. Ele só não deve fazer
parte da rotina.