Desse número, 115 milhões são jovens com idade entre 15 e 24 anos; desigualdade de gênero ainda é preocupante
Os níveis de alfabetização de adultos ainda seguem alarmantes, segundo o 3º Relatório Global sobre Aprendizagem e Educação de Adultos (GRALE III, na sigla em inglês), publicado pela Unesco.
De acordo com a publicação, 758 milhões de adultos não conseguiam ler ou escrever uma frase simples em 2015, sendo 115 milhões jovens com idade entre 15 e 24 anos. O levantamento também revelou que dos 144 países que assinaram o Marco de Ação de Belém, em 2009, apenas 39 conseguiram melhorar em 50% os níveis de alfabetização de adultos até 2015. A meta, chamada de “Educação para Todos”, foi estabelecida em 2000 por 164 governos durante a Cúpula Mundial de Educação, em Dakar.
Outro dado preocupante, de acordo com o relatório da Unesco, é o da desigualdade de gênero na educação: 9,7% das meninas estão fora da escola, número maior que o dos meninos (8,3%). A maioria (63%) dos adultos com baixas habilidades de alfabetização também é composta por mulheres.
Apesar desse cenário, em 44% dos países participantes as mulheres participam mais da aprendizagem e da educação do que os homens. Vinte e quatro por cento dos países não tinham dados sobre desigualdade de gênero na educação. No relatório, a Unesco alerta para importância de melhorar o registro desses dados.
Progressos
A maioria dos países relatou progressos em todas as áreas do Marco de Ação de Belém, que estabeleceu uma série de recomendações e metas para melhorar os níveis de Educação de Jovens e Adultos (EJA) por meio da criação de leis e políticas públicas.
Segundo o levantamento da Unesco, 75% dos países afirmam ter melhorado significativamente suas políticas na EJA desde 2009. Do total, 68% relataram fazer consultas entre as partes interessadas e a sociedade civil para assegurar que os programas de EJA sejam adaptados às necessidades dos alunos. Os investimentos, porém, seguem baixos: 42% dos países gastam menos de 1% de seus orçamentos na educação pública de jovens e adultos, e somente 23% gastam mais de 4%. (Revista Educação)