“Uma palavra que não representa uma idéia é uma coisa morta, da mesma forma que uma idéia não incorporada em palavras não passa de uma sombra.”
Lev Vygotsk
Muito se escreve e discute sobre os Processos de Aprendizagem e Desenvolvimento. Esta amplitude de publicações e discussões se deve, sobretudo, às transformações do mundo. A globalização e o desenvolvimento das tecnologias educacionais criaram um ambiente acadêmico que privilegia a competência e a rapidez. طول راموس Os modelos que anteriormente orientavam as práticas pedagógicas mostram-se ineficazes para atender a esta nova demanda. Faz-se necessário repensar continuamente todos os aspectos que envolvem o aprender e o apreender.
Não é mais possível desconsiderar tanto o profissional que educa como o próprio educando de suas características cognitivas e socioculturais. ألعاب محرمة Há que se considerar que ambos, são parte integrante, de um contexto a ser estudado e refletido para que, ao voltarmos o olhar para o ensino-aprendizagem, possamos fazê-lo de forma eficiente tendo como meta prioritária tanto a aprendizagem como a formação permanente e continuada dos profissionais. São as implicações mútuas entre esses dois processos que , ao fim será o determinante para uma formação de qualidade.
Segundo Davis e Oliveira (1991), há duas razões principais que explicam a presença constante destes temas em debates, nas academias e nos demais ambientes onde educação é amplamente discutida. Em princípio, duas fortes razões podem ser arroladas na tentativa de explicar a centralidade desta temática nos debates no mundo escolar. اكويرو
Em primeiro lugar, os autores citam a reconversão produtiva. Por este viés a escola é chamada a rever o ensino que oferece e que tipo de formação ela é capaz de produzir. Esta educação deverá não só atender as demandas do mercado de trabalho como também preparar de forma integral o educando dentro das novas tecnologias que hoje são parte integrante da vida.
A segunda razão está na preocupação crescente com as concepções de desenvolvimento e aprendizagem. Lembrando, tendo como suporte teórico os autores russos Vygotsky e Luria, podemos dizer que seus estudos colocaram em xeque conceitos, princípios, valores e posturas que até então serviam como suporte teórico-metodológico responsáveis pela política organizacional das instituições de ensino.
A questão central seria: que ensino deve as escolas adotar? Certamente não um ensino que só vise ao atendimento das demandas econômicas e sim um ensino que leve em consideração a natureza dos processos de aprendizagem e de desenvolvimento humano, pois é por intermédio da aprendizagem, que se efetiva na convivência, nas trocas, na interação entre pessoas e entre pessoas e objetos, as capacidades mentais, afetivas, psicomotoras, culturais entre outras, são partilhadas, passando a existir como propriedade de cada um. Assim, a aprendizagem constitui-se no “processo de apropriação e transformação do saber socialmente elaborado, não sendo imanente ao sujeito, mas construída na relação mediada pelo outro e pela cultura”.
Como afirma Sampaio (1998), o que se busca ” não é o domínio de uma lista de conteúdos, de programas fragmentados em anos e séries lineares e cumulativos, mas sim o domínio de chaves de leitura desse mundo, traduzidos por eixos ou núcleos organizadores capaz de abrigar e dar sentido às novas afirmações que os aprendizes venham a obter de diferentes fontes”.
Há uma relação íntima e complexa entre aprendizagem, desenvolvimento e ensino, assim, o nosso grande desafio é contribuir para o desenvolvimento da capacidade de lidar com as informações sociais, saber interpretá-las, e, mais que isso, formar indivíduos que sejam capazes de ações cujo sentindo tenha sido refletido.
Márcia Carvalho é Pedagoga, Psicopedagoga
Mestra em Sociedade, Políticas Públicas e Meio Ambiente,
Diretora Secretária da Fundação Ulysses Guimarães -Go