Artigo: O educador se eterniza em cada ser que educa

Por 08/02/2017 abril 27th, 2022 Sindicato

“Se nossa opção é progressista, se estamos a favor da vida e não da morte,

 da eqüidade e não da injustiça, do direito e não do arbítrio,

 da convivência com o diferente e não de sua negação,

 não temos outro caminho senão viver plenamente a nossa opção”…
“O educador se eterniza em cada ser que educa”.

Paulo Freire

 

 

No dia 15 de outubro de 1827, o então Imperador do Brasil, D. Pedro, baixou um Decreto Imperial que criou o Ensino Elementar no Brasil. Por este decreto,  “todas as cidades, vilas e lugarejos tivessem suas escolas de primeiras letras”. Segundo a Wikipédia, esse “decreto falava de bastante coisa: descentralização do ensino, o salário dos professores, as matérias básicas que todos os alunos(as) deveriam aprender e, até como os professores deveriam ser contratados. A idéia, inovadora e revolucionária, teria sido ótima, se houvesse  sido cumprida”.

Passaram-se 120 anos, o país deixou de ser Reinado, de ser Império e, havia se tornado Republicano, mas, nada da vigência daquele Decreto. الكوتشينة كام ورقة Somente em 1947, mais precisamente no Dia 15 de outubro, é que se iniciaria a primeira comemoração alusiva ao Dia do Professor, por iniciativa do Professor Salomão Becker que, em seu discurso comemorativo, afirmou uma verdade incontestável, mesmo nos dias atuais: “Professor é profissão. Educador é missão”.

Alguns anos mais tarde, esta data seria oficializada através do Decreto Federal Nº 52.682, de 14 de outubro de 1963. Por este Decreto, fica instituído o Dia Nacional do Professor. كازينو على الانترنت O Decreto definia a essência e razão do feriado: “Para comemorar condignamente o Dia do Professor, os estabelecimentos de ensino farão promover solenidades, em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna, fazendo participar os alunos e as famílias”.

Ontem, dia 15, vivenciamos enquanto educadores momentos ímpares expressos em uma gama de manifestações que enaltecem o Profissional de Educação e o fazer pedagógico. Entretanto, muitas também foram as manifestações que  buscaram discutir a situação atual do Professor(a). Não é só a remuneração, mas, as próprias condições de trabalho, o adoecimento da categoria, o desânimo, o fato de não constar na lista de profissões prováveis de ser escolhida pelos educandos  que hoje cursam o ensino médio e, as relações interpessoais que configuram entre os pontos que mais causam  aflição a todos os que fizeram do magistério sua profissão.

Embora não seja recente a redação de Clarissa Neher expressa com clareza essas angustias: “A péssima situação da carreira de professor no Brasil ficou evidente no ranking de valorização elaborado pela fundação educacional Varkey Gems. Com base em quatro indicadores – interesse pela profissão, respeito em sala de aula, remuneração salarial e comparação com outras profissões, a instituição avaliou a carreira em 21 países. O Brasil ficou em penúltimo lugar. Numa escala que vai de 0 a 100, a avaliação do país ficou bem abaixo da média de 37 pontos, atingindo apenas 2,4 pontos. O país ficou à frente apenas de Israel. A China recebeu 100 pontos, sendo o local onde mais se valoriza a profissão, seguida da Grécia, com 73,7, e da Turquia, com 68. Mas, a grande contradição revelada pelo estudo, fica por conta da questão da confiança no professor. Embora a profissão tenha uma péssima reputação, o Brasil é o país que mais confia nos docentes para oferecer uma boa educação.

Como mostrou a pesquisa,  nossos educandos confiam  no nosso trabalho enquanto professores. Esta confiança ainda é a mola propulsora que faz com que milhares de profissionais de educação, deixem suas casas, diariamente, com garra, compromisso e amor para ir às unidades educacionais e exercer a arte de ser Professor e Professora. É esta confiança de pais e educandos(as) que nos motivam efetivamente a desempenhar nossos papéis de agentes transformadores.

Ser Professor(a) é acreditar que podemos contribuir com a formação de um mundo melhor e entre nós, profissionais de educação, são muitos os que acreditam no ser humano, na contribuição que são capazes de dar para a formação de cidadãos plenos. E, é para estes profissionais que cito Philippe Perenoud: “Ser agente educador é poder contribuir… levar o conhecimento a quem nunca ou pouco teve a oportunidade de adquiri-lo. É preparar os mais novos… é honrar o ser humano… é um privilégio escolher uma profissão fundamental, tornar-se essencial”.

Ser Professor(a) é ter a certeza que influenciaremos muitas vidas. Que, através das nossas orientações levaremos o conhecimento que constrói, aquele que promove mudanças em todos os níveis da existência.  Sejamos felizes com a escolha que fizemos e, lembremos o tempo inteiro que trabalhamos com vidas humanas e,  é um privilégio ter escolhido uma profissão fundamental, tornar-se essencial. العب واربح المال الحقيقي    Parabéns Educadores!

Márcia Carvalho é Pedagoga,

Psicopedagoga e Mestra em Sociedade, Políticas Públicas e Meio Ambiente,

Diretora Secretária da Fundação Ulysses Guimarães -GO

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