A educação das crianças é uma preocupação de todos os pais, independentemente da classe social. No atual cenário brasileiro, é difícil mensurar a qualidade da educação pública, por isso, muitos pais se desdobram no trabalho para conseguir matricular seus filhos em escolas particulares.
O valor da mensalidade é um peso para muitas famílias. Mas o valor financeiro é válido depois que as crianças adquirem, com ajuda da escola, valores. Educar para os valores é convidar alguém a acreditar naquilo que é correto e apreciado, como, por exemplo, respeitar o próximo, ser ético e responsável.
Não há valor que se sustente sem bons exemplos. Não adianta os pais ou a escola defender que a criança não pode agir como se ela fosse o centro do universo se eles próprios o fazem em seu dia-a-dia.
Assim, uma escola com educação de valores é um exemplo para a sociedade. A instituição escolar pode e deve ser um bom exemplo de qualidade de ensino formal, como de exemplo de responsabilidade social. O Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino de Goiânia (Sepe) também acredita que escolas estão preparadas para se unir aos pais na Educação para valores. E por isso, desenvolveu o selo “Aqui tem educação de valores”.
Saiba mais:
O que são valores?
Segundo uma das definições mais aceitas na Educação, proposta pelo biólogo suíço Jean Piaget (1896-1980), valores são investimentos afetivos. Isso quer dizer que, apesar de se apoiarem em conceitos, estão ligados a emoções, tanto positivas quanto negativas. Educar para os valores é transmitir aos filhos ou alunos ideias em que realmente acreditamos – por exemplo, que vale a pena ouvir enquanto outra pessoa estiver falando. Ou que ficar muito tempo no chuveiro pode levar à falta de água para todos. Ou ainda que cada um é responsável por seus atos.
Quem define os valores da criança?
É claro que família e escola estão juntas nessa empreitada, mas a influência que elas exercem tem pesos diferentes. A escola pode dar um apoio fundamental aos pais, mas está longe de substituí-los na tarefa de educar. A família vem em primeiro lugar, pois os laços afetivos entre pais e filhos são dos mais fortes. ‘Hoje, sabe-se que o ambiente moral da casa tem grande importância na formação das crianças’, diz o psicoterapeuta José Ernesto Bologna. Para ele, os filhos acabam assumindo a maioria dos valores da família. ‘O papel da escola é fundamental, mas não pode ser comparado ao da família’, reforça a professora de Educação Infantil Andréa Félix Dias, doutoranda em psicologia. Segundo ela, na escola a criança e o adolescente estão em um ambiente de grupo, e precisam se adequar a um conjunto de regras bastante diferentes das que têm em casa.
Os pais podem pedir o apoio da escola?
Sim, hoje em dia, a Educação requer informação e apoio, e a escola pode ser um braço-direito nessa questão. O problema é que muitos pais pedem socorro aos professores, mas nunca abrem mão de suas próprias soluções.
As escolas estão preparadas para transmitir valores?
De maneira geral, sim, as escolas estão preparadas para se unir aos pais na Educação para valores. Cada vez mais as instituições tentam aliar o ensino de conteúdos com o trabalho com valores. E não apenas em disciplinas como Educação moral e cívica. Assuntos como gravidez precoce, por exemplo, estão sendo trabalhados nas mais diversas situações escolares. É o que educadores chamam atualmente de temas transversais, que podem cruzar as aulas de biologia, de português, de artes, entre muitas outras. Além disso, para dar conta não apenas dos conteúdos tradicionais, mas também das grandes questões que envolvem valores, as escolas vêm trabalhando com os extensos projetos pedagógicos, que buscam ir além do discurso e concretizar as ideias no cotidiano das crianças e jovens. (Com Educar para Crescer)